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A falta de um “Deep Work” está afetando sua produtividade? Uma entrevista com Cal Newport

Por | Publicado em | 6 min. de leitura
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livro deep work

Aqui vai um desafio que é mais difícil do que você possa admitir: sente para fazer um projeto e foque nele, sem interrupções, nos próximos 90 minutos. Sem e-mails, sem mensagens, e nada de ficar mudando entre tarefas. Ah, e nada de pegar no celular (o que você faz em média 2.617 vezes por dia) também.

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O autor e professor Cal Newport explora nossa falta de habilidade em se manter focado em seu livro Deep Work: Rules for Focused Success in a Distracted World” (em tradução livre “Trabalho Aprofundado: Regras para um Sucesso Focado em um Mundo Distraído”).

A habilidade de se manter concentrado profundamente em um trabalho, argumenta Cal, é uma das mais valiosas habilidades que uma pessoa pode trazer para seu trabalho e à economia em geral. O “Deep Work” produz ativos valiosos, ideias inovadoras e resultados impactantes. No entanto, está cada vez mais raro.

A maioria de nós luta para melhorar o desempenho e combater a correria excessiva do trabalho que tem ganhado força com a tecnologia, conectividade e nossa necessidade de “ter tudo”. Tarefas que não requerem concentração completa, o que ele rotula como trabalho superficial, pode encher rapidamente nossa agenda e nos afastar da exploração do nosso potencial de forma mais profunda.

Como nós podemos desenvolver melhor o ‘Deep Work’ como uma habilidade profissional fundamental? Quais são os riscos se não fizermos isso? Nós fomos direto a fonte e perguntamos ao Cal por seus insights e dicas para diagnosticar e reverter a deficiência na habilidade de se trabalhar de forma aprofundada.

Mergulhando na teoria do ‘Deep Work’

Trello: Você afirma que o ‘Deep Work’ é “uma habilidade que deve ser treinada” - um ponto que a maior parte das pessoas negligencia. Por que estamos ignorando o fato que foco precisa de prática?

Cal: Isso é uma coisa que a maioria das pessoas entende de forma errada. Muitos pensam que se manter focado sem distrações é um hábito, como escovar os dentes - algo que eles sabem fazer, mas simplesmente precisam de tempo para fazer com mais frequência. A realidade, no entanto, é que o ‘Deep Work’ é uma habilidade, como tocar guitarra - algo que você não espera ser bom se você não praticar.

Isso é importante. Se você pensa que o ‘Deep Work’ é um hábito e você tenta fazer isso e não se sai muito bem (da mesma forma como uma pessoa poderia esperar se praticasse algo), pode concluir incorretamente que você não é “uma pessoa com habilidade de Deep Work” e acabar desistindo.

Por outro lado, uma vez que você reconhece que é algo que deve ser treinado, você não vai se desanimar com uma má experiência logo no início. Você só verá isso como uma evidência que terá um trabalho pela frente para melhorar.

Cal Newport“Muitos pensam que se manter focado sem distrações é um hábito, como escovar os dentes - algo que eles sabem fazer, mas simplesmente precisam de tempo para fazer com mais frequência. A realidade, no entanto, é que o ‘Deep Work’ é uma habilidade, como tocar guitarra - algo que você não espera ser bom se você não praticar.”

Como o ‘Deep Work’ impacta sua vida de outras formas além do tempo que você tem que trabalhar longe de distrações? Como isso se relaciona com a atenção plena e consciência?

Cal: ‘Deep Work’ e a atenção plena compartilham de um compromisso intencional em buscar sua atenção. Nós nem sempre percebemos o quanto permitimos que nossa atenção seja reivindicada, manipulada e batida como um brinquedo pelas forças externas. Quando você senta, digamos, para meditar ou focar intensamente em uma tarefa difícil, a resistência que você sente no início ajuda a ressaltar esse estado das coisas.

“Nós nem sempre percebemos o quanto permitimos que nossa atenção seja reivindicada, manipulada e batida como um brinquedo pelas forças externas.”

O conceito de “Realizador vs Gestor” é um dos quais colocamos em prática no Trello, no sentido que agendamos “dias para executar” ou períodos de dias para trabalhar em projetos que são respeitados para não ter interrupções. Como você recomenda que as pessoas construam uma cultura de ‘Deep Work’ que seja respeitada?

Cal: Uma estratégia em particular que meus leitores me disseram ser eficaz é a relação entre profundidade e superficialidade. Mais especificamente, você conversa com seu chefe sobre o ‘Deep Work’ e o trabalho superficial. Vocês percebem que os dois são importantes. Então, tente trabalhar os dois em conjunto para entender o quanto é um tempo ideal para um trabalho superficial em uma determinada semana. Ou seja, qual a fração de tempo do seu horário de trabalho em uma semana normal deve ser de trabalho aprofundado e quanto deve ser de tarefas superficiais.

Uma vez que você chegue a um acordo sobre essa proporção, comece a mensurar seu tempo e analisar como está indo. Se você acaba ficando aquém constantemente, vocês podem trabalhar em conjunto para construir um plano para encontrar o equilíbrio ideal. Na prática, esses planos incluem geralmente horários determinados para o trabalho aprofundado, apoiado pelo seu chefe, que estão protegidos de distrações.

Como é a sensação de uma experiência de ‘Deep Work’ de sucesso?

Cal: Uma vez que você começa a se tornar um praticante do trabalho aprofundado, percebe que as atividades superficiais - pequenas tarefas, e-mails, reuniões - não ajudam no seu objetivo final. Elas são facilmente replicáveis e não se desenvolvem ou necessitam de fortes habilidades, portanto, por definição, não acrescentam valor ao mundo. Uma vez que você tenha esse mindset, para de ver essa pressa de realizar tarefas superficiais como um tipo bom de “produtividade”, e pelo contrário, começará a ficar ansioso sobre quando será a próxima vez que terá que pensar mais e produzir coisas valiosas.

“Uma vez que você começa a se tornar um praticante do trabalho aprofundado, percebe que as atividades superficiais - pequenas tarefas, e-mails, reuniões - não ajudam no seu objetivo final.”

A mudança pode ser bem dramática. Assim, para muitos profissionais conhecidos que associam a diminuição de tarefas e mensagens como algo útil e de trabalho árduo, pode ser um pouco confuso quando eles começam a ver essas atividades a algo não relacionado a verdadeira produtividade.

Qual o papel da tecnologia no cultivo da ética do ‘Deep Work’?  O que podemos fazer para manter a produtividade menos prejudicial para nossa produtividade?

Cal: A tecnologia com certeza tem um papel importante em tornar o ‘Deep Work’ mais difícil. O maior impacto vem provavelmente dos smartphones. Pela primeira vez na história da humanidade, é possível conseguir uma distração no menor sinal de tédio em qualquer situação - seja parado em uma fila, esperando seu parceiro voltar do banheiro em um restaurante ou ao parar em um semáforo.

Banir o tédio parece bom, mas o problema é que ele constrói uma conexão Pavloviana em seu cérebro na qual o tédio significa distração. Uma vez que você tem essa conexão formada, pode ser muito difícil pensar profundamente quando precisar, porque o ‘Deep Work’, por definição, é entediante (focar em uma coisa só e não em estímulos novos) e seu cérebro foi treinado para não tolerar esse nível de tédio.

A chave para se preparar para o ‘Deep Work’, portanto, é regularmente injetar tédio em sua vida. Você não precisa jogar fora seu telefone, mas por outro lado, não leve ele com você a todo lugar. Ou deixe-o de lado em momentos específicos quando você não estiver usando ele, e mantenha um placar para anotar todas as vezes que você vence essa ‘abstenção’ do celular, isso te manterá motivado.

Aprenda mais com Cal Newport sobre o ‘Deep Work’ e outras formas de desenvolver habilidades valiosas na era da conexão aqui.

Fala pra gente: Como você pratica o ‘Deep Work’ e o que essa prática já produziu de bom em sua vida?


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